quinta-feira, 24 de outubro de 2013

Satélite - Manuel Bandeira






























poema selecionado por alunos do oitavo ano, a partir de leitura coletiva de poemas de Manuel Bandeira, Pablo Neruda e Fernando Pessoa.






Fim de tarde.
No céu plúmbeo
A lua baça
Paira.

Muito cosmograficamente
Satélite.

Desmetaforizada,
Desmitificada,

Despojada do velho segredo de melancolia,
Não é agora o golfão de cismas,
O astro dos loucos e enamorados,
Mas tão somente
Satélite.

Ah! Lua deste fim de tarde,
Desmissionária de atribuições românticas;
Sem show para as disponibilidades sentimentais!

Fatigado de mais-valia,
gosto de ti, assim:
Coisa em si,
-Satélite.

O impossível carinho - Manuel Bandeira

























poema selecionado por alunos do oitavo ano, a partir de leitura coletiva de poemas de Manuel Bandeira, Pablo Neruda e Fernando Pessoa.

Escuta, eu não quero contar-te o meu desejo
Quero apenas contar-te a minha ternura
Ah se em troca de tanta felicidade que me dás
Eu te pudesse repor
- Eu soubesse repor -
No coração despedaçado

As mais puras alegrias de tua infância!

Manuel Bandeira




 Filho do engenheiro Manuel Carneiro de Sousa Bandeira e de sua esposa Francelina Ribeiro. No Rio de Janeiro, para onde viajou com a família, em função da profissão do pai, engenheiro civil do Ministério da Viação, estudou no Colégio Pedro II (Ginásio Nacional, como o chamaram os primeiros republicanos).
Em  1904 terminou o curso de Humanidades e foi para São Paulo, onde iniciou o curso de arquitetura na  escola Politécnica de São Paulo, que interrompeu por causa da tuberculose. Para se tratar buscou repouso em  Campanha, Teresópolis e Petrópolis. Com a ajuda do pai que reuniu todas as economias da família foi para a  Suíça, onde esteve no Sanatório de Clavadel, onde permaneceu de junho de  1913 a outubro de 1914, onde teve como colega de sanatório o poeta  Paul Eluard. Em virtude do início da Primeira Guerra Mundial, volta ao Brasil. Ao regressar, iniciou na literatura, publicando o livro "A Cinza das Horas", em 1917, numa edição de 200 exemplares, custeada por ele mesmo. Dois anos depois, publica seu segundo livro, "Carnaval".

o jovem poeta

Em 1935, foi nomeado inspetor federal do ensino e em 1936, foi publicada a “Homenagem a Manuel Bandeira”, coletânea de estudos sobre sua obra, assinada por alguns dos maiores críticos da época, alcançando assim a consagração pública. De 1938 a 1943, foi professor de literatura no Colégio D. Pedro II, e em 1940, foi eleito membro da  Academia Brasileira de Letras. Posteriormente, nomeado professor de Literaturas Hispano-Americanas na Faculdade de Filosofia da Universidade do Brasil, cargo do qual se aposentou, em 1956.

Bandeira trajando o Fardão da Academia Brasileira de Letras

Manuel Bandeira faleceu no dia 13 de outubro de 1968, com hemorragia gástrica, aos 82 anos de idade, no Rio de Janeiro, e foi sepultado no túmulo 15 do mausoléu da Academia Brasileira de Letras, no Cemitério São João Batista, no Rio de Janeiro.




Fonte:  http://pt.wikipedia.org/wiki/Manuel_Bandeira

Brejeira minha e emaranhada - Pablo Neruda


































Me falta tempo para celebrar teus cabelos.
Um por um devo contá-los e louvá-los:
outros  amantes querem viver com certos olhos,
eu só quero ser penteador de teus cabelo.

Na Itália te batizaram Medusa
Pela encrespada e alta luz de tua cabeleira.
Eu te chamo brejeira minha e emaranhada:
Meu coração conhece as portas de teu pelo.

Quando tu te extraviares em teus próprios cabelos,
não me esqueças , lembra-te  que te amo,
não me deixes perdido ir sem tua cabeleira

pelo mundo sombrio de todos os caminhos
que só tem sombra, transitórias dores,
até que o sol suba à torre de teu pelo.


(Pablo Neruda)

Fernando Pessoa


Às três horas e vinte e quatro minutos da tarde de 13 de Junho de 1888 nasce em Lisboa Fernando Pessoa. O parto ocorreu no quarto andar direito do n.º 4 do Largo de São Carlos, em frente à ópera de Lisboa (Teatro de São Carlos). De famílias da pequena aristocracia, pelos lados paterno e materno, o pai, Joaquim de Seabra Pessoa(38), natural de Lisboa, era funcionário público do Ministério da Justiça e crítico musical do Diário de Notícias. A mãe, D. Maria Magdalena Pinheiro Nogueira Pessoa (26), era natural dos Açores. Viviam com eles a avó Dionísia, doente mental, e duas criadas velhas, Joana e Emília.
As suas infância e adolescência foram marcadas por factos que o influenciariam posteriormente. Às cinco horas da manhã de 24 de Julho de1893, o pai morreu, com 43 anos, vítima de  tuberculoso. Fernando tinha apenas cinco anos. O irmão Jorge viria a falecer no ano seguinte, sem completar um ano.
Fernando Pessoa aos seis anos de idade


A mãe vê-se obrigada a leiloar parte da mobília e muda-se para uma casa mais modesta, o terceiro andar do n.º 104 da Rua de São Marçal. Foi também neste período que surgiu o primeiro heterônimo de Fernando Pessoa,  Chevalier de Pas, facto relatado pelo próprio a Adolfo Casais Monteiro, numa carta de 1935, em que fala extensamente sobre a origem dos heterônimos  Ainda no mesmo ano, escreve o primeiro poema, um verso curto com a infantil epígrafe de À Minha Querida Mamã. A mãe casa-se pela segunda vez em 1895 por procuração, na Igreja de São Mamede, em Lisboa, com o comandante João Miguel Rosa, cônsul de Portugal em Durban ( África do sul), que havia conhecido um ano antes. Em África, onde passa a maior parte da juventude e recebe educação inglesa, Pessoa viria a demonstrar desde cedo talento para a literatura.
Padrasto e mãe de Fernando Pessoa

Em razão do casamento, viaja com a mãe para Durban, acompanhados por um tio-avô, Manuel Gualdino da Cunha, que voltaria para Lisboa no mês seguinte. Viajam no navio Funchal até à Madeira e depois no paquete Inglês Hawarden Castle até ao Cabo da Boa Esperança. Faz a instrução primária na escola de freiras irlandesas da West Street, onde fez a primeira comunhão, e percorre em dois anos o equivalente a quatro.
Em 1899 ingressa no  Liceu de Durban, onde permanecerá durante três anos e será um dos primeiros alunos da turma. No mesmo ano, cria o pseudônimo  Alexander Search através do qual envia cartas a si mesmo. No ano de 1901, é aprovado com distinção no primeiro exame Cape School High Examinatione escreve os primeiros poemas em inglês. Na mesma altura, morre sua irmã Madalena Henriqueta, de dois anos. Em 1901 parte com a família para Portugal, para um ano de férias. No navio em que viajam, o paquete König, vem o corpo da irmã. Em Lisboa, mora com a família em Pedrouços e depois na Avenida de D. Carlos I, n.º 109, 3.º Esquerdo. Na capital portuguesa, nasce João Maria, quarto filho do segundo casamento da mãe de Pessoa. Viaja com a família à  Ilha Terceira, nos Açores, onde vive a família materna. Deslocam-se também a  Tavira para visitar os parentes paternos. Nessa época, escreve o poema  Quando ela passa.
Tendo de dividir a atenção da mãe com os filhos do casamento e com o padrasto, Pessoa isola-se, o que lhe propicia momentos de reflexão.
Fernando Pessoa permanece em Lisboa, enquanto todos — mãe, padrasto, irmãos e criada Paciência, que viera com ele — regressam a Durban. Volta sozinho para a África no vapor Herzog. Matricula-se na Durban Commercial School, escola comercial de ensino noturno  enquanto de dia estuda as disciplinas humanísticas para entrar na universidade. Nesse período, tenta escrever  contos em inglês, alguns dos quais com o pseudônimo de David Merrick, que deixa inacabados. Em 1903, candidata-se à Universidade do Cabo da Boa Esperança. Na prova de exame de admissão, não obtém boa classificação, mas tira a melhor nota entre os 899 candidatos no ensaio de estilo inglês. Recebe por isso o Queen Victoria Memorial Prize (Prémio Rainha Vitória). Um ano depois, ingressa novamente na Durban High School, onde frequenta o equivalente a um primeiro ano universitário. Aprofunda a sua cultura, lendo clássicos ingleses e latinos. Escreve poesia e prosa em inglês, surgindo os heterônimos Charles Robert Anon e H. M. F. Lecher. Nasce a sua irmã Maria Clara. Publica no jornal do liceu um ensaio crítico intitulado Macaulay. Por fim, encerra os seus bem sucedidos estudos na África do Sul com o Intermediate Examination in Arts, na Universidade, obtendo uma boa classificação.
Deixando a família em Durban, regressa definitivamente à capital portuguesa, sozinho, em 1905. Passa a viver com a avó Dionísia e as duas tias na Rua da Bela Vista, n.º 17. A mãe e o padrasto regressam também a Lisboa, durante um período de férias de um ano em que Pessoa volta a morar com eles. Continua a produção de poemas em inglês e, em 1906, matricula-se no  Curso superior de letras (atual Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa), que abandona sem sequer completar o primeiro ano. É nesta época que entra em contato com importantes escritores portugueses. 
Em Agosto de 1907, morre a sua avó Dionísia, deixando-lhe uma pequena herança, com a qual monta uma pequena tipografia, na Rua da Conceição da Glória, 38-4.º, sob o nome de Empreza Ibis — Typographica e Editora — Officinas a Vapor, que rapidamente vai à falência. A partir de 1908, dedica-se à tradução de correspondência comercial, uma ocupação a que poderíamos dar o nome de "correspondente estrangeiro". Nessa atividade trabalha a vida toda, tendo uma modesta vida pública.
Inicia a sua atividade de ensaísta e crítico literário com o artigo A Nova Poesia Portuguesa Sociologicamente Considerada, a que se seguiriam Reincidindo… e A Nova Poesia Portuguesa no Seu Aspecto Psicológico publicados em 1912 pela revista  A Águia, órgão da  Renascença Portuguesa. Frequenta a tertúlia literária que se formou em torno do seu tio adotivo,  o poeta, general aposentado Henrique Rosa, no Café  A Brasileira, em Lisboa. Mais tarde, já nos anos vinte, o seu café preferido seria o  Martinho da Arcada, na Praça do Comércio, onde escrevia e se encontrava com amigos e escritores.
Em 1915 participou na revista literária  Orpheu, a qual lançou o movimento modernista em Portugal, causando algum escândalo e muita controvérsia. Esta revista publicou apenas dois números, nos quais Pessoa publicou em seu nome, bem como com o heterônimo  Álvaro de Campos. No segundo número da    Orpheu, Pessoa assume a direção da revista, juntamente com Mário de Sá-Carneiro.
Em Outubro de 1924, juntamente com o artista plástico Ruy Vaz, Fernando Pessoa lançou a  revista Athena, na qual fixou o drama em gente dos seus heterônimos, publicando poesias de Ricardo Reis, Álvaro de Campos e Alberto Caeiro, bem como do ortônimo Fernando Pessoa.
Pessoa foi internado no dia 29 de Novembro de 1935, no Hospital de São Luís dos Franceses, em Lisboa, com diagnóstico de "cólica hepática" causada por cálculo biliar associado a  cirrose hepática, diagnóstico que é hoje contestado por estudos médicos, embora o excessivo consumo de álcool ao longo da sua vida seja consensualmente considerado como um importante fator causal. Segundo um desses estudos, Pessoa não revelava alguns dos sintomas mais típicos de cirrose hepática, tendo provavelmente sido vítima de uma pancreatite aguda. Morreu no dia 30 de Novembro, com 47 anos de idade. Sua última frase foi escrita na cama do hospital, em inglês, com a data de 29 de Novembro de 1935: "I know not what tomorrow will bring" ("Não sei o que o amanhã trará").

FONTE:  http://pt.wikipedia.org/wiki/Fernando_Pessoa

Pablo Neruda



Pablo Neruda:

Nome de batismo: Neftalí Ricardo Reyes Basoalto, nascido em Parral, 12 de Julho de 1904 e falecido em Santiago, 23 de Setembro de 1973; foi um poeta chileno premiado com o Nobel de Literatura de 1971, um dos mais importantes poetas da língua castelhana do século XX e cônsul do Chile na Espanha (1934-1938) e no México.

Neruda era filho de José Del Carmen Reyes Morales, operário ferroviário, e de Rosa Basoalto Opazo, professora primária, morta quando Neruda tinha um mês de vida.

Em 1906 o pai se transferiu para Temuco, onde se casou com Trinidad Candia Marverde, que o poeta menciona em diversos textos, como "Confesso que vivi" e "Memorial de Ilha Negra", como o nome de Mamadre. Estudou no Liceu de Homens dessa cidade, e ali publicou seus primeiros poemas no periódico regional "A Manhã". Em 1919 obteve o terceiro lugar nos Jogos Florais de Maule com o poema Noturno Ideal.

Em 1921 radicou-se em Santiago e estudou pedagogia em francês na Universidade do Chile, obtendo o primeiro prêmio da festa da primavera com o poema "A Canção de Festa", publicado posteriormente na revista Juventude. Em 1923 publica Crespusculário, que é reconhecido por escritores como Alone, Raul Silva Castro e Pedro Prado. No ano seguinte aparece pela Editorial Nascimento seus "Vinte poemas de amor e uma canção desesperada", no que ainda se nota uma influência do modernismo. Posteriormente se manifesta um propósito de renovação formal de intenção vanguardista em três breves livros publicados em 1936: O habitante e sua esperança; Anéis (em colaboração com Tomás Lagos) e Tentativa do homem infinito.

Em 1927 começa sua longa carreira diplomática quando é nomeado cônsul em Rangum, Birmânia. Em suas múltiplas viagens conhece em Buenos Aires Federico Garcia Lorca e em Barcelo Rafael Alberti. Em 1935, Manuel Altolaguirre entrega a Neruda a direção da revista "Cavalo verde para a poesia" na qual é companheiro dos poetas da geração de 27. Nesse mesmo ano aparece a edição madrilena de "Residência na terra".

Em 1936, eclode a Guerra Civil espanhola: Neruda é destituído do cargo consular e escreve "Espanha no coração"

Em 1945 é eleito senador e obtém o Prêmio Nacional de Literatura.

Em 1950 publica "Canto Geral", em que sua poesia adota intenção social, ética e política. Em 1952 publica «Os Versos do Capitão» e em 1954 «As uvas e o vento» e «Odes Elementares».

Em 1953 constrói sua casa em Santiago apelidada "La Chascona" para se encontrar clandestinamente com sua amante Matilde, a quem havia dedicado a obra «Os Versos do Capitão». A casa foi uma de suas três casas no Chile, as outras estão em Isla Negra e Valparaíso. "La Chascona" é um museu com objetos de Neruda e pode ser visitada, em Santiago. Recebeu o Prêmio Lênin da Paz.


Em 1965 lhe foi outorgado o título de Doutor Honoris Causa pela Universidade de Oxford, Grã-Bretanha.

Em outubro de 1971 recebeu o Prêmio Nobel de Literatura.

Morreu em Santiago em 23 de setembro de 1973, de câncer na próstata. Postumamente foram publicadas suas memórias em 1974, com o título "Confesso que vivi" .

Em 1994 um filme chamado Il Postino (também conhecido como O Carteiro e O Poeta ou O Carteiro de Pablo Neruda no Brasil e em Portugal) conta sua história numa ilha na Itália com sua terceira mulher Matilde. No filme Neruda torna-se amigo de um carteiro que lhe pede para ensinar a escrever versos (para poder conquistar uma bonita moça do povoado).

Durante as eleições presidenciais do Chile nos anos 70, Neruda abriu mão de sua candidatura para que Salvador Allende vencesse, pois ambos eram marxistas e acreditavam numa América Latina mais justa que, a seu ver, poderia ocorrer com o socialismo.

Obra:

Crepusculario. Santiago, Ediciones Claridad, 1923. 
Veinte poemas de amor y una canción desesperada. Santiago, Nascimento, 1924. 
Tentativa del hombre infinito. Santiago, Nascimento, 1926. 
El habitante y su esperanza. Novela. Santiago, Nascimento, 1926. (prosa) 
Residencia en la tierra (1925-1931). Madrid, Ediciones del Arbol, 1935. 
España en el corazón. Himno a las glorias del pueblo en la guerra: (1936- 1937). Santiago, Ediciones Ercilla, 1937. 
Tercera residencia (1935-1945). Buenos Aires, Losada, 1947. 
Canto general. México, Talleres Gráficos de la Nación, 1950. 
Todo el amor. Santiago, Nascimento, 1953. 
Odas elementales. Buenos Aires, Losada, 1954. 
Nuevas odas elementales. Buenos Aires, Losada, 1955. 
Tercer libro de las odas. Buenos Aires, Losada, 1957. 
Estravagario. Buenos Aires, Losada, 1958. 
Cien sonetos de amor (Cem Sonetos de Amor). Santiago, Ed. Universitaria, 1959. 
Navegaciones y regresos. Buenos Aires, Losada, 1959. 
Poesías: Las piedras de Chile. Buenos Aires, Losada, 1960. 
Cantos ceremoniales. Buenos Aires, Losada, 1961. 
Memorial de Isla Negra. Buenos Aires, Losada, 1964. 5 vols. 
Arte de pájaros. Santiago, Ediciones Sociedad de Amigos del Arte Contemporáneo, 1966. 
Fulgor y muerte de Joaquín Murieta. Bandido chileno injusticiado en California el 23 de julio de 1853. Santiago, Zig-Zag, 1967. (obra teatral) 
La Barcaola. Buenos Aires, Losada, 1967. 
Las manos del día. Buenos Aires, Losada, 1968. 
Fin del mundo. Santiago, Edición de la Sociedad de Arte Contemporáneo, 1969. 
Maremoto. Santiago, Sociedad de Arte Contemporáneo, 1970. 
La espada encendida. Buenos Aires, Losada, 1970. 
Discurso de Stockholm. Alpigrano, Italia, A. Tallone, 1972. 
Invitación al Nixonicidio y alabanza de la revolución chilena. Santiago, Empresa Editora Nacional Quimantú, 1973. 
Libro de las preguntas. Buenos Aires, Losada, 1974. 
Jardín de invierno. Buenos Aires, Losada, 1974. 
Confieso que he vivido. Memorias. Barcelona, Seix Barral, 1974. (autobiografía) 
Para nacer he nacido. Barcelona, Seix Barral, 1977. 
El río invisible. Poesía y prosa de juventud. Barcelona, Seix Barral, 1980. 
Obras completas. 3a. ed. aum. Buenos Aires, Losada, 1967. 2 vols. 



sábado, 19 de outubro de 2013

ARIESPHINX


Poesia selecionada por alunos do oitavo ano a partir de atividade de leitura coletiva de obras de Manuel Bandeira, Pablo Neruda e Fernando Pessoa.


 Montanha e chão. Neve e lava,
Humildade da umidade.
Quem disse que eu não te amava?
Amo-te mais que a verdade.

E de resto o que é a verdade?
E de resto o que é a poesia?
E o que é, nesta guerra fria,
Qualquer pura realidade?

Então, tão-só no passado
Quero situar o meu sonho.
Faço como tu e, mudado
Em ariesphinx, sotoponho

O leão ao manso carneiro.
Doçura de olhos de corça!
Doçura, divina força

De Jesus, de Deus cordeiro.

Manuel Bandeira